sexta-feira, 3 de julho de 2020

O que aprendi com o livro "O monge e o executivo"

O livro “O monge e o executivo” é um clássico da literatura no que se refere à liderança. Escrito por James C. Hunter, o livro é o maior sucesso de vendas da editora Sextante, lançado em 2004, com 3 milhões de exemplares vendidos no Brasil. Hunter é consultor-chefe da J.D. Associados, instrutor e palestrante na área de liderança organizacional.

O livro tem como enredo o senhor John Daily, renomado profissional, que em um determinado momento vê sua vida profissional e familiar desmoronar e, recomendado por sua esposa, viaja a um mosteiro cristão, para repensar práticas de sua vida. Sua principal motivação é conhecer Leo Hoffman, empresário de grande sucesso, que abriu mão de seu status na sociedade para viver como frade neste convento. É justamente Hoffman, agora conhecido como Simeão, que ministrará alguns ensinamentos ao grupo de John. E assim, o autor utiliza todo o cenário para colocar em prática muitos ensinamentos sobre gestão e liderança.

O principal tema do livro é o conceito da liderança, descrito como a habilidade de influenciar pessoas para trabalharem em busca de um propósito, visando alcançar objetivos para o bem comum. Sempre que houver duas pessoas se relacionando, há uma possibilidade de exercer a liderança, muito embora o desafio seja desenvolver estas práticas com um número alto de pessoas ou profissionais. Além de alcançar essas metas, é necessário criar laços de relacionamento, mesmo que, em última análise, não tenhamos grande afeição a uma pessoa. Este é um desafio verdadeiramente relevante da liderança.

Uma das principais características de um líder é saber ouvir. Evitar interromper as pessoas, mostrando a elas o total interesse para o que ela tem a dizer, valorizando sua opinião. Este é um desafio árduo, por que frequentemente temos o hábito de perceber o mundo como nós o vemos e não dar muita oportunidade à maneira como o outro enxerga o mundo.

Uma das observações mais incríveis é a proposta de inversão da pirâmide hierárquica proposta por Hunter, onde os empregados e cliente passam a ficar no topo da organização, em detrimento do cenário atual, onde a presidência fica na parte de cima. Ele argumenta que o cliente tem contato direto com o empregado, estando distante da presidência. Assim, ao colocar o funcionário no topo das decisões, Hunter propõe que estas sejam realizadas com maior proximidade ao cliente. Este aspecto se assemelha a proposta de gestão por processos, que empodera o dono do processo, colocando-o como responsável pelas estratégias para com clientes e fornecedores (estes sendo vistos como áreas da companhia).

E por fim, o modelo de liderança que o livro expõe demonstra que é preciso ter vontade para escolhermos amar o que fazemos, amar nossos clientes, sentir suas necessidades, de modo a criar um ambiente propício para servir e se sacrificar por ele, quando necessário e viável. Ao servir aos outros, exercemos nossa liderança por meio de nossa autoridade.

E aqui é importante frisar dois pontos. Autoridade é diferente de poder, uma vez que o primeiro leva as pessoas fazerem por você de boa vontade, enquanto o segundo o força a fazer suas vontades. Outro item importante é perceber a diferença entre vontade e necessidade. E para tanto, é importantíssimo que o líder compreenda a necessidade de seu cliente, para satisfazer a necessidade e não a vontade, majoritariamente passageira.

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