domingo, 4 de março de 2018

“Corpo na Escola, Sociedade e Vida”

De acordo com Tiriba (2008), a nossa sociedade controla a racionalidade, os movimentos, a liberdade e a expressividade das crianças. Através dos adultos tentam modelar os gestos e a liberdade delas pois para eles é uma insegurança sendo necessário que sintam no controle da situação. Nossos pais desde a nossa tenra idade já praticavam esse controle através de castigos como ficar de joelho em algum canto da casa em detrimento de algum ato de desobediência praticado por nós. Lembro –me dê várias vezes que tive o “prazer” de ter praticado esse exercício da não liberdade dos movimentos por ter sido um filho muito custoso. Também isso me aconteceu na escola quando por motivo que não me lembro mais na segunda série do primário fui convidado a ir até o a frente da sala de aula e colocar o meu nariz em um quadro negro com um círculo no canto esquerdo da lousa de costas para a turma. Naquela época a mentalidade dos professores e da sociedade era rígida, aluno a todo momento tinha que permanecer quieto, paralisado, por que a autoridade da classe, o docente, tinha que ministrar sua disciplina num silêncio quase que total sem nenhuma interrupção, ora ele era o detentor do saber e ninguém mais. O corpo, não tinha  .........
vez, era como máquina pois a criança não podia se expressar livremente. Em fim a escola no geral cerceava a liberdade dos movimentos dos alunos impedindo que o corpo produzisse confiança para a vida. É de suma importância e relevância deixar claro que os tratamentos sofridos por mim dentro e fora da escola não me prejudicaram enquanto pessoa, não me deixou nem mais bom e nem mais mal como pessoa humana, porém mais consciente e pronto para a vida. Pois, cada época tem o “seu preço a pagar”, logo, não só eu, como outros meninos e meninas passaram pelo mesmo processo existencial. Claro que existem os pontos positivos e negativos de tal passagem, mas na minha opinião tudo faz parte do amadurecimento humano, tudo contribui para que sejamos mais resistentes na lida diária, contudo nem todos conseguem superar algumas mazelas de tal processo. Enquanto criança tive total liberdade e ao mesmo tempo o cerceamento dela em alguns momentos. Fui uma criança que jogava futebol e brincava de variadas brincadeiras na rua, sem dizer que iniciei muito cedo no trabalho, por volta de sete anos de idade com vendas de legumes e panificados andando a pé por toda cidade. Tive muito cedo o contato com a realidade urbana, na escola pública o “pau comia” em todos os sentidos, a lei do forte sobre os fracos, cada um tinha que se virá, caso contrário a coisa ficava feia. Tais experiências dentro e fora da escola me deu grande maturidade para depois saber lidar com outras situações na vida adulta. Sem sobra de dúvidas o cenário citado acima por mim tem sido mudado em detrimento das contribuições teóricas e práticas da Pedagogia, Psicologia e Educação Física nos últimos tempos, permitindo a crianças e jovens aprenderem e identificarem as vontades do corpo. Tais contribuições foram ampliadas através de espaços e tempos de movimentos livres, como o relaxamento, a meditação em contato com a natureza e outros. Hoje sobretudo podemos ministrar nossas aulas dentro e fora da escola, fora e dentro das academias, proporcionando ao corpo um encontro com a sociedade e a liberdade da natureza para quem gosta. Por fim, entendo que nós não podemos repetir alguns “erros cometidos” anteriormente em nossa formação e nunca os retratados no filme Crianças Invisíveis, tais como: a falta de “relação amorosa” entre pais e filhos, o abandono do menor, o descaso das famílias para com as crianças, a falta de estrutura no “lar”, a pobreza, a situação indefesa da criança, a exploração dos próprios pais para com os pequenos, o aliciamento, etc. Isso sim teremos que mudar urgentemente!

Por: WANDER VENERIO CARDOSO DE FREITAS
Especialista em Ensino Religioso – Especializando em Treinamento de Força em Idosos  -Especializando em Educação Física Escolar – Licenciado em Educação Física - Licenciado em Letras Português - Bacharel em Teologia  - Licenciando em Pedagogia - INSTITUTO WALLON - Faixa Preta de Karate 2º Dan - CBK - Faixa Roxa / Jiu Jitsu – CBJJ.

Referência: 
TIRIBA, Léa. “O Corpo na Escola: proposta pedagógica. In: http://www.redebrasil.tv.br/salto/. Série “O Corpo na Escola”, Salto para o Futuro, abril de 2008. 
Filme: Crianças Invisíveis

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